Perdido em Israel - Trecho 67

As tréguas - vejo no noticiário de hoje (25/11) – são períodos cheios de conflitos. Há acusações de ambos os lados, denúncias de que as regras não vêm sendo cumpridas, ameaças e rugidos. O Hamás informa que Israel não tem oferecido a ajuda humanitária a que se propôs e decidiu suspender, pelo tempo necessário (para quem?) a troca de prisioneiros.

Com sua tradicional truculência, os israelenses ameaçam recomeçar os ataques, enquanto outros países esperam a ampliação da paz artificial por semanas, meses ou anos. Tudo isso é parte de uma rotina fastidiosa.
A minha batalha é a da informação. Dos comentários facciosos, ou da irresponsável tentação de que os povos envolvidos sejam exterminados, tanto faz qual deles. As redes sociais criaram o termo “seguidores não importa do quê: dos cantores que gostam, dos bonitões e bonitonas do momento, dos que sugerem dietas ou apresentam novas teorias sobre o poder medicinal dos cogumelos da Amazônia.
A internet abriu caminho para novos profetas e muitos vigaristas que, via de regra, compram, num mercado que desconheço, dezenas ou centenas de milhares de seguidores à toa, agregados, inocentemente, por um algoritmo qualquer.
É preciso que os tais profetas tenham um número estridente de seguidores para que os marqueteiros de grandes conglomerados, passem usá-los, comprometê-los e enriquecê-los.
E o que têm essa gente a ver com o conflito entre Hamás e Israel?
Muito.
Profetas, ou vaticinadores, conduzem seus rebanhos para o lado que indicam. Se o foco do interesse mundial está, agora, na milenar disputa pela terra prometida, é a ela que se dedicam, deixando de lado os demais temas que assolam a Humanidade. Mais seguidores, mais grana, mais compromissos com os patrocinadores que, é claro, também têm seus próprios interesses.
O ataque terrorista do Hamás, em 7 de outubro, é, agora, assunto velho e superado nesse universo, numa prova de que a internet desmontou as noções de tempo de quaisquer conflitos. Palavras velozes, opiniões precoces e nenhum segundo sequer para refletir. São como pratos a quilo que reunems sushi, feijão e picanha.
E produzem azia.

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