Perdido em Israel - Trecho 47

Ainda assim, o próprio presidente Lula vai esperá-los em um aeroporto brasileiro qualquer como se ele mesmo fosse um triunfante negociador, capaz de “façanhas” como essa que está sendo narrada.
O uso político-eleitoreiro de um acontecimento menor (que sequer é nota de pé de página em qualquer jornal do mundo) é tão desprezível quanto a decadência de Israel ou a exibição de crianças-escudo mortas por líderes terroristas ou em ataques israelenses, num território onde, presumivelmente, essa estratégia é utilizada sem qualquer remorso.

Essa é, de fato, uma avaliação pessoal rasa, visto que a verdade e a razão (que não tem concretitude para aparecer em vídeos) são apenas assombraçõe, duas entre tantos que sobrevoam os terrores do embate torpe.
Mas é impossível negar que cada nação do mundo, inclusive as que pouco ou nada tem a ver com o conflito, fazem uso político dessa guerra por interesse próprio ou de seus líderes, amplificando noções equivocadas de coerência geopolítica, humanitária ou de simples lógica.
Quase sempre com dolo, de modo a atiçar as fogueiras de Torquemada nas quais milhares de árabes e judeus arderam irmanados.
Hoje leio sobe o comportamento do presidente brasileiro, proferida na chegada de “repatriados brasileiros”:

“Durante a recepção aos repatriados, Lula criticou a violência durante o conflito. “Aos 78 anos de idade, eu já vi muita brutalidade, muita violência, eu já vi muita irracionalidade, mas eu nunca vi uma violência tão bruta, tão desumana contra inocentes.”

Poderia ser uma avaliação isenta, se não tivesse sido dirigida a um grupo de palestinos cansados e assustados. No contexto, “a violência tão bruta e desumana contra inocentes” aponta claramente os inocentes palestinos e os algozes do exército de Israel.
Triste fim de uma suposta isenção e da reputação do Itamaraty – que é como chamamos, genericamente, a casa da diplomacia brasileira. (leia também em www.livroaovivo.com)

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