Perdido em Israel - Trecho 44

Cito, outra vez, o Irã, o Afeganistão e a Rússia, cometendo uma larga injustiça com outras nações lideradas por déspotas de qualquer ideologia.

Na verdade, acabo de fazer uma digressão, que considero adequada, mas meu tema é o que interessa ao mundo nesses dias: a guerra de Israel contra o Hamas e o intrigante clamor que ela provoca.
Escrevo durante os acontecimentos. Hoje, 10 de novembro de 2023, ela chega ao seu trigésimo segundo dia, com sinais claros de que vai se ampliar com a participação do Hezbollah, ainda mais forte, numeroso e cruel em sua intenção de acabar com a nunca tão frágil existência do estado judaico.
Relatos datados, como esse, tendem a desaparecer com a passagem do tempo. Por esse motivo, tento ilustrá-los com experiências pessoais, como as tantas já expostas na primeira parte desse texto. Não há guerras sem pessoas, muitas das quais já citei com exatos 54 anos de atraso.
Tenho outros dois conhecidos, que vivem há décadas em Israel, mas são naturais do Brasil. Ao contrário dos que estão encontrando força na tentativa de desmantelar a milícia terrorista, ambos pertencem a um grupo crescente de “enlutados”.
Não apenas pelos mortos de agora, mas pelo próprio destino de Israel, que perdeu o fascínio, o entusiasmo, a força e escolheu líderes incompetentes e corruptos, como esse Netanyahu, uma espécie de Bolsonaro com solidéu.
Preparam-se – eles e tantos outros – para voltar aos países onde nasceram. O doído é que não se trata de mera transferência de endereço, mas do fim da esperança em uma nação que veio do nada e para o nada está voltando, de forma quase apática.
No noticiário pouco confiável que se publica mundo afora, logo surgiram platitudes e bordões, todos eles repletos de lugares comuns. Por exemplo: “Israel pode acabar com o Hamas, mas seus ideais vão sobreviver.” Frase pronta, sem cabimento, que acaba por exaltar os raciocínios homicidas “que vão sobreviver”.
Não há dúvida que essas ideias descabidas vão continuar existindo e prosperando. É contra elas que o mundo civilizado deveria se insurgir ou utilizar das mais modernas tecnologias de informação e persuasão com o intuito de amenizá-las, ainda que a longuíssimo prazo.

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