perdido em Israel - Trecho 74
Reis e peões numa mesma caixa Ninguém perde por esperar. Gradualmente, o conflito de Gaza volta a ocupar o noticiário internacional. Ainda é frio e sem alma. Menciona locais que desconhecemos, estradas das quais nunca ouvimos falar e, claro, aqueles números impossíveis de se checar. Cada dia em que me sento ao computador, sinto-me um intruso, mas venho dando um jeito de narrar e comentar um conflito do qual não faço parte, num país em que estive há mais de meio século e que dista mais de 10600 quilômetros do meu teclado – numa improvável linha reta. Guerras assim são como todas deveriam ser: dois oponentes sentados diante de um tabuleiro de xadrez, cada qual movendo peças em busca de um xeque-mate. Sem povos, exércitos e milícias envolvidos. A presença humana gera erros incorrigíveis, porque soldados e os outros carregam as fraquezas de sempre: o medo, o açodamento e, mais que tudo, a impulsividade. Não tenho a menor ideia de quantos combatentes vêm matando inocentes ou morrendo inocen...