Perdido em Israel - Trecho 40

 A nunca negada utilização de uma única bomba atômica (Israel tem algumas delas)há de resultar em guerra de dimensões daquela que praticamente ceifou a raça semita e odiada. Nesse caso, dificilmente a terra dos judeus continuará a existir, exceto se os países novamente envergonhados das Nações Unidas instalarem os sobreviventes em lugares pouco povoados como a península de Kamchatka, um território vulcânico de pouco interesse para a Rússia ou em alguma área isolada no norte do Canadá, na província de Nanavut, cujos raros habitantes são ursos polares e famintos.

Ursos jamais seriam antissemitas, mas não se importam em devorar seres humanos, sejam eles muçulmanos, judeus, cristãos ou budistas. Confesso que gosto muito destes seres peludos, democráticos predadores.
Mas a questão torna-se ainda pior com o acirramento do antissemitismo em todo o mundo, acompanhado por novas lideranças xenófobas instaladas em países poderosos.
Só nos Estados Unidos, país povoado por múltiplas minorias, mas de tendência inegável tendência nacionalista, vivem quase tantos judeus quanto em Israel.
A presença de líderes e candidatos que disseminam a venda de armas e atitudes antidemocráticas, como Donald Trump fez e fará, se reeleito (é favorito, acreditem!), significa risco iminente para a população judaica daquele país, sobretudo aos que moram em cidades pequenas do meio oeste ultranacionalista daquele país.
Sem o cada vez mais frágil estado de Israel surgir no horizonte como alternativa real e segura, tudo se torna ainda mais difícil diante da virulência de neonazistas e do vigor renovado dos antissemitas.
Tenho sido amplamente pessimista nessa explanação, mas existe a possibilidade remota de que tudo termine em uma deliciosa pizza? Fatia pra cá, fatia pra lá, todos saciados?
Não, não existe – ouso afirmar. Com milhares de mortos acumulados em pilhas ou valas comuns, é evidente que o ódio mútuo não terá fim. Dizem que ideias não morrem nunca. Se elas, contudo, são ideias sem sentido ou qualquer resquício de fraternidade, é claro que seguirão ardendo em todas as sarças daquele deserto bíblico, mas nunca como um sinal de Deus. (Deus, que Deus?)

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