Perdido em Israel - Trecho 39
A Síria, cuja dinastia de Al-Hassad, jamais tolerou a proximidade com os judeus e, para tanto, alimenta-se de recursos e armas de origem russa, é inimiga declarada e hostil aos israelenses, especialmente porque, em 1967, os judeus tiraram-lhe a vantagem estratégica de dominar o topo das colinas de Golã.
A Jordânia, que fica a leste do território onde trabalhei e deixei o sangue de minhas feridas, não é fanática ou militarmente poderosa. Há décadas, oficial e extraoficialmente, essas nações se entendem, comerciam bens e serviços e vivem em relativa paz.
Também vítima do despotismo de seus vizinhos e igualmente desprovida de petróleo, a dinastia hachemita que governa o país é obrigada a fazer coro antissemita com os demais países que não suportam a presença judaica na região, embora siga mantendo um diálogo comercialmente proveitoso com o estado hebreu.
A mais que poderosa Arábia Saudita, quase sem fronteiras com o estado judeu, têm relações comerciais e amigáveis com os Estados Unidos e odeia o Irã (seu vizinho de cima) e o Iêmen (vizinho de baixo), contra o qual pratica ataques mortíferos dia após dia.
A caminho de Kamchatka ou Nanavut
A possibilidade, abortada pelos ataques de 7 de outubro, de Israel reatar oficialmente com seu vizinho mais rico (com o apoio dos Estados Unidos), foi, aparentemente, o estopim para o ataque do Hamas.
Desde a primeira hora, a antiga invencível armada israelense mostrou sua tibieza e sequer detectou o ataque que vinha sendo preparado há alguns anos.
Foi-se, definitivamente, a reputação de inteligência do antigo poderoso Mossad. Num único dia, o país da irrigação em gotas, das laranjas brilhantes como sóis e do idealismo perdido, perdeu sua aura de poder perpétuo e, claro, virou presa fácil para seus inimigos armados até os dentes.
Próximo - trecho 40
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