Perdido em Israel - Trecho 20
As negociações ocorriam nos souqhs das cidades que visitávamos, onde, é claro, eu sempre acabava pagando mais que o dobro do valor real – ainda que deles saísse com efêmera sensação de sucesso.
Desenvolvi, é claro, algumas amizades com brasileiros que viviam a mesma situação. Nada muito profundo, diga-se, por culpa de minha incapacidade, quase infantil, de ouvir e aprender. De todos, o que mais me lembro é o psicólogo, professor (e hoje filósofo assumido) Ari Rehfeld, filho de uma autoridade intelectual do meio acadêmico brasileiro, especialista em estudos e reflexões sobre o judaísmo.
Algumas vezes fomos juntos, ao entardecer, visitar parentes dele que já estavam instalados, com sólidos pilares, no país em construção. Foram ocasiões familiares das quais sentia falta, um pouco de cor local, pintando a aridez do cobiçado deserto de então. Hoje, me dizem, um deserto verdejante e próspero graças ao milagre da irrigação de gotejamento, tecnologia desenvolvida em minúcia pelos isralenses pela necessidade e contra a escassez de água em três quartos do país.
Ainda hoje encontro-me com Ari em poucas ocasiões e pouco falamos sobre a tal jornada, exceto quando lembramos de uma ou outra brincadeira do grupo de adolescentes. Gosto dele – e sei que é recíproco, sempre vai ser enquanto existirmos.
Em algumas ocasiões, ele costuma citar a profissão e o destino de nossos companheiros de dormitório – e confesso de que nem lembro dos nomes deles.
De minha pequena formação judaica anterior, sempre fui levado a crer que pertencia ao tal povo “escolhido”, intelectualmente e espiritualmente superior, portanto. Engano completo.
Ouso introduzir, agora, um pequeno trecho do longo texto que escrevi, recentemente, para meus três netos adoráveis, chamado de Carta aos meus pequenos aprendizes.
( começa agora um interlúdio, no qual relato ao meus netos o ano de meu bar-mitzvá.
Desenvolvi, é claro, algumas amizades com brasileiros que viviam a mesma situação. Nada muito profundo, diga-se, por culpa de minha incapacidade, quase infantil, de ouvir e aprender. De todos, o que mais me lembro é o psicólogo, professor (e hoje filósofo assumido) Ari Rehfeld, filho de uma autoridade intelectual do meio acadêmico brasileiro, especialista em estudos e reflexões sobre o judaísmo.
Algumas vezes fomos juntos, ao entardecer, visitar parentes dele que já estavam instalados, com sólidos pilares, no país em construção. Foram ocasiões familiares das quais sentia falta, um pouco de cor local, pintando a aridez do cobiçado deserto de então. Hoje, me dizem, um deserto verdejante e próspero graças ao milagre da irrigação de gotejamento, tecnologia desenvolvida em minúcia pelos isralenses pela necessidade e contra a escassez de água em três quartos do país.
Ainda hoje encontro-me com Ari em poucas ocasiões e pouco falamos sobre a tal jornada, exceto quando lembramos de uma ou outra brincadeira do grupo de adolescentes. Gosto dele – e sei que é recíproco, sempre vai ser enquanto existirmos.
Em algumas ocasiões, ele costuma citar a profissão e o destino de nossos companheiros de dormitório – e confesso de que nem lembro dos nomes deles.
De minha pequena formação judaica anterior, sempre fui levado a crer que pertencia ao tal povo “escolhido”, intelectualmente e espiritualmente superior, portanto. Engano completo.
Ouso introduzir, agora, um pequeno trecho do longo texto que escrevi, recentemente, para meus três netos adoráveis, chamado de Carta aos meus pequenos aprendizes.
( começa agora um interlúdio, no qual relato ao meus netos o ano de meu bar-mitzvá.
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