Perdido em Israel - Trecho 17
A operação era muito mais lenta do que eu supunha, mas, ainda na primeira noite, comecei a me proteger de um jeito nada agradável para os galináceos. Quando elas cismavam em me atacar, eu as chacoalhava para baixo, com mais força conforme à da ave. Muitas vezes destroncava suas pernas e, inúteis, elas ficavam penduradas pela própria pele. Quando o sol raiou, acho que tinha conseguido transferir cerca de quarenta animais, mas, infelizmente, uma parte deles ficou com as pernas e coxas danificadas pela força de meus puxões. Os infelizes iriam direto à cozinha comunal para cocção imediata e consumo no próprio dia. Meu último dever nas noites de mudança forçada das galinhas, era apanhar recipientes de papelão e instalar, dentro de cada um deles, a produção da noite. Eram, se não me engano, quatro caixas com uma dúzia de ovos grandes cada, que eu precisava conduzir ao refeitório, tropeçando e equilibrando as caixas. Nem preciso dizer que perdia vários ovos pelo caminho, já que meus braços, feridos pelas bicadas, tinham dificuldade em transportar carga tão frágil e delicada.
Esperei por uma reprimenda que não veio. Danos colaterais estavam certamente contabilizados pela equipe de produção do kibutz.
Cansado, dolorido e com meus companheiros de dormitório atuando no laranjal, tomei um café sem leite, um pão com manteiga (também produzida na comunidade) e dirigi-me ao posto de saúde antes de entrar no fétido quarto que nos cabia - e que seguiu sujo por quase toda e estada, até que um dos camaradas brasileiros cometeu infração grave e foi condenado pela coletividade a um dia de faxina intensa na área dos dormitórios – que acabariam imundos outra vez.
De volta à manhã após a luta com os galináceos, tive de esperar alguns minutos antes que o primeiro funcionário abrisse o ambulatório, tratasse de minhas feridas, indicasse algum anti-inflamatório e me orientasse a usar o que creio ser o equivalente, a mertiolate, porque ardia e deixava manchas alaranjadas na pele.
Esperei por uma reprimenda que não veio. Danos colaterais estavam certamente contabilizados pela equipe de produção do kibutz.
Cansado, dolorido e com meus companheiros de dormitório atuando no laranjal, tomei um café sem leite, um pão com manteiga (também produzida na comunidade) e dirigi-me ao posto de saúde antes de entrar no fétido quarto que nos cabia - e que seguiu sujo por quase toda e estada, até que um dos camaradas brasileiros cometeu infração grave e foi condenado pela coletividade a um dia de faxina intensa na área dos dormitórios – que acabariam imundos outra vez.
De volta à manhã após a luta com os galináceos, tive de esperar alguns minutos antes que o primeiro funcionário abrisse o ambulatório, tratasse de minhas feridas, indicasse algum anti-inflamatório e me orientasse a usar o que creio ser o equivalente, a mertiolate, porque ardia e deixava manchas alaranjadas na pele.
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